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"Abrimos mais uma Expomontes movidos pelo que há de mais nobre na natureza humana – a esperança – essa força estranha que nos faz acreditar que podemos mudar tudo, realizar tudo, acreditar na energia criadora dos homens e na vontade de transformar nossa realidade", disse José Luiz Veloso Maia, Presidente da Sociedade Rural de Montes Claros.
A solenidade oficial de abertura foi realizada, nesta sexta-feira (29) e contou com a presença de autoridades políticas, empresarias e imprensa e o grande protagonista da 44ª Expomontes, que é o produtor rural.
De acordo com o Presidente da Rural, a Exposição Agropecuária de Montes Claros tem como mola propulsora o agronegócio regional e alavanca outros setores da economia. No pronunciamento de José Luiz ele ressaltou que as sucessivas edições não se repetem e que nenhum evento se apresenta igual ao outro, porque a Expomontes sempre foi o retrato da realidade regional - com nuances e peculiaridades.
Segundo ele, como realizadora da maior feira agropecuária do interior mineiro, a entidade tem o compromisso de renovar as atrações, abrindo espaços para que a cidade receba opções de lazer. Novos espaços, novas estruturas, numa programação que nos coloca em evidência como evento, atraindo não só o turismo local, mas a movimentação regional.
José Luiz encerrou o discurso convocando a todos o trabalho coletivo.
"Acreditando que está em nossas mãos o futuro de nossos filhos, a construção de uma nova realidade para o norte de minas. Conclamamos também que busquem conosco a paz no campo, necessária para prosseguirmos no nosso trabalho, garantindo-nos o direito constitucional de propriedade. Que as palavras aqui lançadas como sementes encontrem em cada um, um lugar para frutificar. Porque seguimos acreditando que são nas sementes, nas ideias e na união que reside toda a esperança", encerrou o presidente.
Roberto Simões, Presidente da Faemg e vice-presidente da CNA, afirma que a Expomontes, mostra mais uma vez a força, a aliança a veracidade do produtor rural mineiro. Além de todas as dificuldades da atualidade.
"Vivemos momentos de certa forma, por alguns maiores acho que nunca vivido, muita preocupação neste momento crucial de nosso país, especialmente também em nosso estado, mas ainda assim, dentro das nossas possibilidades, continuamos firmes, batalhadores, procurando no dia a dia faze aquilo que for possível, dentro de um quadro tão complicado. Já começa acertar o setor agro de certa forma, por que até então viemos sustentando essa nação basicamente sozinha, este estado de Minas Gerais. Chegamos a ter mais de 30% de exportação do estado, no ano forte da produção da agricultura chegamos a representar 43% do PIB do estado, e em troca, às vezes recebemos poucas entregas, mas não nos desanimamos, continuamos a nossa luta do dia a dia. Seja em Minas ou em Brasília", afirma Roberto.
O prefeito de Montes Claros, Humberto Souto, disse que o país está "diante de uma grande crise moral, ética, política, econômica e social, para isso, em momento difíceis, com uma economia seriamente prejudicada, com um quadro crítico definido, e no nosso Estado, vivemos um momento muito difícil, é preciso nos juntar e buscar melhorias para nossa região. Nós dependemos seriamente das decisões políticas, pois precisamos de melhoras nas estradas, no problema hídrico que é grave e assola a nossa região".
Perspectivas climáticas
É nesse exercício de atualização constante que Expomontes se renova, se movimenta para trazer ao produtor rural informações e oportunidades para gerir os negócios e vencer os desafios, sempre constantes. Neste sábado (30), a discussão foi comandada pelo professor da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Milion, que dispõe de um currículo bastante conceituado. Além de ser Phd em meteorologista pela Universidade de Wisconsin, nos EUA, Milion é representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Milion é conhecido por levantar polêmicas e discursos divergentes aos outros climatologistas, como a afirmação de que a ação humana não influencia no aquecimento global e que a emissão de gases não deve ser a maior preocupação dos governos.
O professor Luiz Carlos Milioni mostrou a projeção de temperatura e volume de chuvas para os próximos 10 anos e ratificou a melhora de índice pluviométrico para o país.
"As chuvas ficam abaixo da média neste ano, em cerca de 15% a 20%. Já em 2019, a situação melhora para 5% a 10%. Mas tem indicativos de que nos próximos dez anos o clima seja semelhante ao registrado na década de 1960, com chuvas regulares. O que afasta a chance da seca severa vivida entre os anos de 2012 e 2017", destaca.
Dentre os dados apresentados pelo professor está à possibilidade de ocorrência do fenômeno El Ninõ com menor neutralidade, o que influi positivamente no índice de chuva na América do Sul. Luiz Carlos Milioni explanou ainda que é muito difícil prever temperaturas recordes infundadas em especulações como as de que esse inverno é o mais frio dos últimos 100 anos. De acordo com ele, não se pode afirmar esse fenômeno, mas existem indicativos de temperaturas mais baixas devido ao resfriamento do oceano.
"Essa queda na temperatura pode ocorrer devido ao fato do oceano pacífico estar frio. Como ele ocupa 35% da esfera terrestre, esse comportamento influencia vários países, inclusive o Brasil. Há uma probabilidade grande de que uma entrada de ar muito forte nesse inverno, já que as águas do oceano continuam frias", explica Milion.
No entanto, a ocorrência desse fenômeno demanda maior atenção para os produtores. Milioni alerta que o risco pode afetar vários setores do agronegócio.
"Essas massas de ar fortes não vão influenciar muito o Norte de Minas, com relação às pastagens. Mas vale ressaltar que os animais de corte, por exemplo, precisam estar protegidos, assim como o rebanho leiteiro, já que a exposição pode levar a morte por hipotermia. Além disso, o padrão de qualidade de frutas como o mamão e a banana pode cair", completa.
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